Como é um prato típico da minha região que eu amo de
paixão, vou me dedicar um pouco a contar a história do pequi pra quem
não conhecer. Ele é símbolo da cultura e da culinária de Goiás e Minas
Gerais e também muito utilizado no estado do Mato Grosso do Sul. O pequi é
encontrado em toda a região Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Pará,
Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará e nos cerrados de São Paulo e
Paraná. Em Goiás podem ser encontradas todas as variedades, cuja
frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. Está na lista de
espécies ameaçadas do estado de São Paulo. É encontrado também na Bolívia. No
estado do Tocantins há uma cidade com o nome de Pequizeiro em homenagem à
árvore, onde se celebra a festa do pequi todos os anos (vou ter que ir lá
qualquer dia desses).
O Pequi – Pyqui em Tupi Guarani: py:
pele, qui: espinhos, ou seja, pele com espinhos. Seus frutos
são consumidos cozidos, puros (que é o meu favorito) e também
com arroz e frango (bem tradicional). Seu caroço tem muitos espinhos,
por isso que temos que roer o pequi e pegar com a mão mesmo, evitando assim de
cravar os dentes, pois pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no palato.
O fruto é lindo e de cor vibrante e o seu sabor é bem marcante e
peculiar. Pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.
ALGUNS BENEFÍCIOS
DO PEQUI PARA A SAÚDE
– teor muito elevado de ácidos graxos monoinsaturados,
que podem ajudar a diminuir os níveis de colesterol no sangue e proteger o
nosso coração;
– tem efeitos anti-inflamatórios dos ácidos naturais encontrados no fruto,
pode ajudar a aliviar a pressão sobre os vasos sanguíneos e relaxá-los,
aumentando desse modo o fluxo sanguíneo e aliviando a pressão sobre o coração;
– tem quantidades elevadas de vitamina A e o beta-caroteno é um dos
derivados da vitamina A. O teor de carotenoides de pequi é alta, atuando como
antioxidantes, especificamente nas células oculares, ou seja, comer pequi pode
melhorar a sua visão, impedindo a degeneração macular e catarata que muitas
vezes são causados pelos radicais livres;
– os altos níveis de fibra encontrados no pequi ajudam a melhorar a sua saúde
digestiva por adicionar volume ao seu banco e reduzir a ocorrência de
constipação, flatulência, cólicas e diarreia;
– é um excelente remédio natural contra a asma.
Então, pra inovar e matar a vontade do marido de comer
pequi (e a minha também) ele sugeriu fazermos uma repaginação do prato, ao
invés de arroz normal, usar o arbóreo e no lugar do frango, usar a carne seca.
Além de lindo ficou muito saboroso, com a cor deslumbrante e um aroma
inconfundível.
1 litro de pequi (é assim que ele é vendido, por litro)
2 xícaras de café bem cheias de arroz arbóreo
1 pedaço pequeno de carne seca dessalgada (ferva a carne antes para sair o sal)
1 cebola média
1 dose generosa de cachaça
2 colheres de manteiga sem sal
2 litros de caldo caseiro de legumes (receita aqui) ou o industrial
cheiro verde para servir
2 xícaras de café bem cheias de arroz arbóreo
1 pedaço pequeno de carne seca dessalgada (ferva a carne antes para sair o sal)
1 cebola média
1 dose generosa de cachaça
2 colheres de manteiga sem sal
2 litros de caldo caseiro de legumes (receita aqui) ou o industrial
cheiro verde para servir
MODO DE PREPARO:
Etapa 1
O primeiro passo é ficar com o caldo pronto. Depois é cozinhar o pequi com
cebola, alho, óleo e água. Refogue os temperos, adicione o pequi e cubra com
água, deixe a panela aberta para não sopitar e deixe o pequi cozinhar até ficar
com a polpa macia e o caldo mais grosso. O importante aqui é ter bastante
caldo, pois iremos misturar o caldo de legumes nesta panela. Reserve uns 5
pequis, deixe esfriar e raspe a polpa com uma colher ou faca lisa e reserve.
Enquanto isso, fervente a carne seca, para tirar o sal e depois desfie
levemente ou pique em cubos pequenos. Agora misture o seu caldo quente de
legumes na panela do pequi e deixe em fogo baixo para ir apurando.
Etapa 2
Numa panela maior coloque a manteiga e a cebola picadinha e adicione a carne
seca, deixando fritar. Quando estiver pronto, coloque o arroz arbóreo e misture
bem. Adicione a dose de cachaça e deixe o álcool evaporar. Agora vem a parte
boa, Adicione aos poucos colheradas do caldo de pequi, mas sem o pequi por
enquanto. Adicione, mexa sem parar, deixe o caldo secar e adicione mais, este
processo é constante até o grão do arroz começar a ficar cozido e ao dente.
Etapa 3
Depois de várias conchas de caldo de pequi, o arroz já deve estar quase no
ponto, agora, pode colocar os pequis na panela do risoto e aquela raspa que
você reservou, lembra? Tá quase pronto acerte o sal se for necessário, mas
provavelmente não vai precisar, desligue o fogo e pronto. Para servir salpique
cheiro verde por cima e bom apetite.
Rendimento: Para 2
pessoas
Fonte: Cozinha travessa